A origem das celebrações do Dia de Todos os Santos (1 de novembro) e do Dia dos Fiéis Defuntos (2 de novembro) tem raízes antigas na tradição cristã, com influências tanto litúrgicas como culturais.
1. Dia de Todos os Santos – 1 de novembro
Esta celebração nasceu do desejo da Igreja de honrar, num único dia, todos os santos e mártires — conhecidos e desconhecidos — que, segundo a fé cristã, vivem na presença de Deus.
Século IV: As primeiras comemorações dedicadas aos mártires começaram no Oriente, geralmente no domingo após o Pentecostes. Século VIII: O Papa Gregório III (731–741) dedicou uma capela na Basílica de São Pedro a “todos os santos” e fixou a data a 1 de novembro. Século IX: O Papa Gregório IV (827–844) estendeu oficialmente a celebração a toda a Igreja.
A data acabou por coincidir com antigas festividades pagãs do outono, como o Samhain celta, marcando a transição do verão para o inverno e o tempo de lembrar os mortos. A Igreja adaptou o simbolismo, transformando-o numa celebração da vitória dos santos sobre a morte.
2. Dia dos Fiéis Defuntos – 2 de novembro
A celebração dos Fiéis Defuntos, ou Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, surgiu logo depois, com o intuito de rezar pelas almas que ainda se encontrariam em purificação, segundo a doutrina do Purgatório.
Ano 998: O monge beneditino Odilo de Cluny instituiu esta comemoração nos mosteiros da sua congregação, fixando-a a 2 de novembro, logo após Todos os Santos. A prática espalhou-se gradualmente por toda a Igreja latina e tornou-se universal nos séculos seguintes.
Assim, a sequência 1 e 2 de novembro reflete uma lógica teológica: primeiro celebra-se a glória dos que já alcançaram a santidade, depois intercede-se pelos que ainda esperam a plena comunhão com Deus.
